É uma afronta à inteligência dos brasileiros, dos profissionais da indústria de viagens e à hotelaria nacional! O chamado “chefe do mensalão”, José Dirceu, atual condenado e preso, como precisava “arrumar” um emprego para justificar seu regime aberto, conseguiu ser contratado pelo Hotel Saint Peter de Brasília, como gerente administrativo, com salário mensal de R$ 20 mil registrados em carteira. Conseguiu sem nenhuma experiência o que muitos profissionais com curso superior em Hotelaria só conseguem depois de muitos anos de trabalho. Um excelente exemplo para os esforços em capacitação de pessoal desenvolvidos nos últimos meses pelo Ministério do Turismo, com verbas milionárias, para adequar a mão de obra especializada aos padrões exigidos pelos próximos grandes eventos que serão realizados no Brasil.
É claro que um empresário, no caso o proprietário do Saint Peter - que vai virar o hotel oficial do PT e perder boa parte de sua clientela não petista - pode contratar quem quiser, com o salário que lhe parecer mais adequado - se é ele mesmo quem vai pagar. Mas vai arrumar uma grande encrenca com seus empregados. Segundo noticiário da TV Globo de ontem à noite, a gerente geral do Saint Peter está registrada com salário de R$ 1.800,00 mensais (9% do salário do José Dirceu), mais bônus (?). E a contratação deve trazer consequências para a hotelaria, já que o salário mensal do ex-ministro e hoje condenado José Dirceu em seu novo cargo, não encontra parâmetro em nenhum Plano de Classificação de Cargos e Salários da hotelaria brasileira, muito menos em pesquisas setoriais de salários - o valor que será pago ao novo gerente administrativo do Saint Peter é superior aos salários de mais de 95% dos gerentes gerais de hotéis brasileiros.
Mas deve-se “tirar o chapéu” para o sr. José Dirceu. Não tem ética, mas está rico e é sem dúvida muito inteligente. Preparou sua contratação com antecedência, como em um jogo de xadrez. Como gerente de um hotel, pode passar o dia inteiro dentro do estabelecimento - e dentro da lei -, mesmo que ele passe o dia inteiro (das 08h00 às 17h00) de “papo para o ar”, fazendo negócios ou recedendo visitas em uma confortável suíte. O lugar é público e por ele qualquer um pode transitar ou entrar. Assim, quem vai conferir o quê? As entidades que representam a hotelaria nacional (ABIH, FOHB, Resorts Brasil), e que têm atuado últimamente de forma tão coesa, deveriam no mínimo se manifestar oficialmente, repudiando o mau exemplo que o preso José Dirceu passou a representar para a indústria. O ideal mesmo seria o presidente do STF não aprovar o “emprego” milagroso!
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